Itaquera está despreparada para Copa

A preocupação da população de Itaquera e de especialistas em urbanismo é muito maior do que saber quem bancará os R$ 600 milhões necessários para a construção do Fielzão, dúvida que deve ser sanada nesta semana.

Região ocupada por mais de 500 mil pessoas, o bairro está longe de ser um cartão-postal. A avenida Jacu-Pêssego, que será usada para levar turistas e autoridades do aeroporto até o estádio, sofre com a ocupação desordenada.

Entre 2000 e 2008, subiu de 5.663 domicílios para 11,2 mil o número de moradias em favelas.Segundo especialistas, isso pode afetar a instalação, no bairro, de empreendimentos ligados à Copa-14.

Lideranças locais exigem do poder público uma política habitacional e de empregos que melhore as condições do bairro e, de forma mais ampla, da zona leste. Paira o temor de que, a exemplo do que ocorreu na África do Sul, na Copa-2010, o governo tente maquiar os problemas em 2014. O Movimento Nossa Zona Leste, por exemplo, quer se reunir no fim do mês com autoridades ligadas à Copa. "Não vamos aceitar que coloquem tapume para esconder as favelas durante a Copa", disse o padre Ticão, líder do movimento.

A infraestrutura também é problema. O Fielzão está perto de estações de trem e metrô, mas o transporte público sofre com a saturação.